domingo, 22 de maio de 2011

Opinião de Hugo Amano

http://www.administradores.com.br/informe-se/informativo/o-ifrs-e-as-pequenas-e-medias-empresas/29561/




Hugo Amano é gerente de auditoria da Crowe Horwath RCS, graduado em Ciências Contábeis pela Universidade Mackenzie e pós-graduado na Universidade de Kobe (Japão)


Segundo Hugo Amano, a adoção das práticas internacionais de contabilidade para as PMEs, em princípio, aparentam trazer muito trabalho. Porém, por outro lado, os benefícios podem ser imensuráveis. Um dos benefícios para os pequenos e médios empreendimentos será a maior facilidade na obtenção de crédito e para atração de investimentos.


Segundo o relatório de Estatística do Cadastro Central de Empresas publicado pelo IBGE em 2007, 89% das empresas e outras organizações ativas tinham até nove pessoas empregadas, 9,3% de 10 a 49, 1,3% de 50 a 249 e 0,4% de 250 ou mais. Portanto, as pequenas e médias empresas representam quase a totalidade das companhias em atividade no Brasil.


O CPC para pequenas e médias será válido exatamente para essa grande fatia de companhias brasileiras, que hoje fazem a contabilidade apenas para fins fiscais - somente para apurar quanto será o imposto devido no final do exercício. Nessas empresas, a legislação tributária está sempre acima da legislação contábil. Mas a partir das novas normas isso passa a mudar.


Com este pronunciamento, todas elas estarão obrigadas a adaptar a sua contabilidade às regras internacionais, exigindo uma mudança de cultura e de postura com relação ao tratamento hoje dado às informações contábeis. Além disso, os contadores e as empresas de contabilidade também deverão estar mais bem preparados para colocar em prática as centenas de páginas do mais novo manual.


Hugo Amano afirma, também, que, para o empresário brasileiro, a contabilidade não tem a menor importância, ao contrário do investidor estrangeiro, pois, para ele, a contabilidade é assunto sagrado por demonstrar a transparência e rentabilidade da empresa, além de revelar a sua real credibilidade. Segundo ele, muitos negócios não são efetivados ou são após grandes dificuldades devido à falta de informações precisas sobre as atividades da empresa na contabilidade, o que, muitas vezes, acontece com as pequenas e médias empresas, por não terem demonstrações contábeis bem elaboradas.


Ou seja, Hugo Amano, ao mostrar que a maior parte de empresas do Brasil são de pequeno e médio porte, enfatiza a importância dos novos padrões serem adotados por essas empresas. Assim, as demonstrações serão entendidas ao redor do mundo e haverá mais investimentos no nosso país, podendo haver um aumento do fluxo de capitais para as empresas brasileiras, uma vez que estamos em grande evidência no cenário econômico mundial.